Este é um espaço que se pretende aberto a quem goste de contar histórias e de andar nos turbilhões labirínticos das palavras e das cores como bouquês feitos de lâminas.
terça-feira, 12 de janeiro de 2010
OS ANOS DOS NOSSOS ANOS
No dia anterior ao que os nossos filhos fazem anos, invade-nos uma espécie de nostalgia lenta, cálida quase "embalativa", tanto mais forte quantos mais os anos passam.
Fazemos um retrocesso emocional e eis que a sensação se torna física. O Damásio tem razão. As coisas andam mesmo juntas. De repente eis que o filho agora grande e homem feito volta a ser aquele ser desconhecido que uns anos antes entrou na nossa vida e cuja existência determinou a nossa para sempre.
As recordações são sábias. Com a idade, esquecemos com facilidade as trivialidades diárias e podemos enumerar quase textualmente o passado mais distante. Talvez por isso os anos dos filhos sejam sempre um teste à nossa capacidade de ver passar o tempo e de sobretudo fazer dos anos deles os nossos anos também. As nossas histórias confundem-se, interligam-se e unem-se num mapa sempre em reconstrução.
Recordo neste momento as mãos de bebé que felizmente para mim, o meu filho manteve durante muitos anos. Sapudas, refegosas, quentinhas e sou capaz de lhes sentir o cheiro e ver o brincar dos dedos nos primeiros meses.
Parabéns para ele e para mim também.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário