a estrada para lá chegar desmaia na praia
a aia que a ouviu cantar, vem espreitar
vem mandar andar e não pular no ar.
no convento do tormento há uma janela amarela
quem lá vai abarca muros
feitos de pedra e cimento, são duros os muros
ficam de guarda e não aguardam os mais puros.
no convento com vento
tarda a pancada do nada
a catraia com pressentimento
do tempo brinca de fada
no convento do esquecimento, a aia aguarda
há-de chegar vindouros. limpa a gamela e a panela
à noite uivam mochos e chega a guarda fardada com farda dada e estragada
fala alto, vocifera impropérios, roldão de palavra estragada
falam daquela aia. olham para ela e fogem dela.
no convento do fingimento, tudo é falso
tudo leva descaminho no descampado do tempo
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