Este é um espaço que se pretende aberto a quem goste de contar histórias e de andar nos turbilhões labirínticos das palavras e das cores como bouquês feitos de lâminas.

domingo, 10 de janeiro de 2010

O SIMBA TEM SEDE


Hoje vou falar do meu cão. Não é um cão qualquer. Ele é o Simba e está comigo desde o dia 19 de Dezembro do ano passado. Não fossem os filhos e o nome dele tinha sido inverno.

Com dois meses, quase três, o animal faz já parte da família, das mensagens e telefonemas que trocamos. Já entrou nas festividades natalicias e tudo. Posso dizer mais : tomou conta da nossa vida por completo : dou por mim a confundir a veterinária com pediatra e até troco bébé por cachorro. Nada a fazer. Quando de manhã acordo e venho abrir a porta, sou reconhecida com a melhor das festas e lambidelas. Não há coração que resista.

45 anos. Alguém diz que é o treino para netos. A necessidade de cuidar, tomar conta, de brincar com travessuras, vem com as crianças e com os animais. Talvez por isso os sentimentos revelados são por vezes tão parecidos. A grande diferença é mesmo os bebes não terem dentes e os cachorros já nascerem com pequenas agulhas finas e cristalinas que adoram braços, dedos e sobretudo o dos pés. As provas físicas dos estragos encontram-se um pouco por toda a família.

Tudo isto vem a propósito de ter tido de parar na estação da auto estrada para o Simba beber água. Digamos que como mãe de humanos era mais eficiente e o saquinho das fraldas acompanhava devidamente as criaturas. Com filhos já namoradeiros esta é uma situação já vivida e esquecida de uns anos a esta parte. No entanto e com temperaturas quase negativas sai do carro e preparei a tigelinha com água para o Simba enquanto eu cá fora tiritava de frio.

O meu cão bebeu a água. Tinha mesmo sede. Voltei para o carro e senti-me bem, muito bem, mesmo. Vou tentar guardar a sensação para quando estiver assim para o aborrecido e não me lembrar da capacidade de ser feliz com "pequenas coisas".



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