Este é um espaço que se pretende aberto a quem goste de contar histórias e de andar nos turbilhões labirínticos das palavras e das cores como bouquês feitos de lâminas.

segunda-feira, 29 de março de 2010

QUANDO EU ERA NOVA


Quando eu era nova não questionava.
Era branco e preto.
Assim diziam e eu aproveitava para desacreditar
por isso aprendi todos os tons de cinzento.

Quando cresci só ficaram manchas
daquelas esbatidas e borradas nas franjas
dos papeis amarrotados e rasgados
que cantavam canções negras de um libreto.

Agora voltei ao preto, ao branco e aos outros
só já não sei dos meus papeis contados e partidos
dos suores dos gritos escondidos
nem do cheiro do branco e do preto no gosto dos meus passos perdidos.

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