Este é um espaço que se pretende aberto a quem goste de contar histórias e de andar nos turbilhões labirínticos das palavras e das cores como bouquês feitos de lâminas.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

ENQUANTO CONSEGUIRMOS




A violência gratuita é uma das coisas, talvez aquela entre todas as outras, a que mais me impressiona pelos contornos verdadeiramente dantescos que impõe a quem com ela convive, ou simplesmente se confronta por qualquer razão.

Somos deparados diariamente e de uma forma muitas vezes arbitrária com gritos, desacatos, choros e outros sinais visíveis de raras irracionalidades. O que me assusta cada vez mais, é que acaba sempre numa bola de neve, numa espiral sem fim, a que o ruído de fundo concebe a melodia própria de uma sinfonia mortal.

Doí tanto mais quanto mais banal se torna. A incapacidade de muitos de nós em sentir compaixão por quem é atingido subitamente por ela é qualquer coisa de absurdo. Fecham-se janelas, correm-se portas para não se ver, para não se ouvir e enquanto não é connosco dormimos descansados.

Enquanto conseguirmos.

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