Este é um espaço que se pretende aberto a quem goste de contar histórias e de andar nos turbilhões labirínticos das palavras e das cores como bouquês feitos de lâminas.

quinta-feira, 26 de março de 2009

MIMAR SEM PRECONCEITOS


Como é costume todas as semanas passo um dia inteiro no hospital. O meu médico fica junto ás consultas de pediatria e gosto de observar os pais e as crianças. Têm todos um ar tão feliz. Nenhuma criança chega ao colo da mãe, do pai, ou da avó. As crianças mais pequenas vêm sempre encafuadas naquelas cadeiras que vemos nos carros. Depois põem as fraldas a tapar que nem podemos ver os pequeninos. Já vi mesmo mudarem as fraldas e darem o comer sempre na cadeira.

Que me perdoem os pais, mas há muito que tais caixotes (é isso que me parecem) com ou sem rodas me irritam. Excepto para andar de carro, que eu aí entendo, que é pela segurança.

O que eu penso é que devem ser muito pesadas e devem dar cabo das costas aos pais e ás mães. Acho não,tenho a certeza. Se trouxessem os bebés ao colo como no meu tempo assim só tinham de pegar nos meninos. Não percebo como não pensam nisso, agora que são todos estudantes, todos têm cursos e tudo.

Será que é por dizermos para não pegarem nos bebés que eles depois ficam com manhas e já não querem dormir? se calhar ainda acreditam nisso. Outro dia na televisão falava um médico a dizer
que se os bebés estão 9 meses dentro da nossa barriga é natural que eles queiram o nosso colo e que isso só lhes faz bem. Diz ele que é tão importante, como lhes dar comida e mantê-los limpinhos e dar-lhes de comida. E mais, que as pessoas mudavam de casas, compravam carrinhas, roupas e brinquedos caros e depois esqueciam-se do mais simples.
Dar muito colo aos filhos pequeninos.

Eu já sou muito velha. Sou a vizinha da Luiza, lembram-se aquela de quem o meu gato gostava. Nunca tive colo, a minha mãe não ligava a essas coisas. Pior, também não o dei quando o meu filho era pequeno, como morava em África e tinha-mos criadas entreguei-o a uma ama preta que tratou dele.

Mais tarde, já tinha passado o tempo. Ele já não cabia lá.

A olhar para aquela mãe nova, tive vontade de me aproximar da cadeira do bebé e pegar-lhe ao colo e sentir o bater do seu coração junto ao meu. Sei que não estava certo mas era a minha vontade e se calhar o menino deixava de chorar tanto.

Quem é que não gosta de estar ao colo ?

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